O The Police acabou de novo. E eu vi 2 shows: o do Maracanã, e fiz questão de agendar minhas férias em maio pra poder ver mais um lá fora,junto com a Ká. Chorei pra caralho na “
Voices Inside My Head”, porque era a música que eu e o meu irmão dublávamos na sala quando éramos crianças. E na "
Every Breath You Take", porque abaixo vocês saberão o motivo.Vou confessar, hoje não li notícias,não entrei no site deles...hoje sim, contrariando meu último texto publicado, sinto um pouco de vazio ...
Eu escrevi isso há algum tempo, e encostei. Parece que o momento é oportuno.Lá vai:
O McGiver era um cara que fazia bomba atômica com um grampo de cabelo com as mãos amarradas pra trás, na década de 80. Eu era alucinado pra fazer o mesmo, aos 11 anos de idade. Minha Mãe disse que ele parecia um cantor inglês de muito sucesso,que ela achava lindo.
Fui atrás pra descobrir,afinal,quem era esse loiro folgado que minha Mãe teve vontade de trair meu Pai com ele? Ia levar uns petelecos, porque eu era Metal e ninguém mexia com minha família.
Aí esse tal de
Sting apareceu no Realce, programa de videoclipe da Tv Gazeta, cantando
Every Breath You Take, com um baixo gigante ( jamais tinha visto aquilo ) , em preto e branco, triste pra caralho.A miséria se instalou em meu ser, tamanha tristeza naquela melodia, e eu nem sabia do que se tratava.
“Mãe, esse Sting é bom, heim? Compra o disco?”
“Pede pro seu Pai”.
Consegui um dinheiro, mas não os discos. Fora de catálogo, sei lá. Na lojinha do Jabaquara tinha só o recém-lançado Bring On the Night, que não tinha aquela música. E eu não sabia o que era Galeria do Rock, nem mesmo o que era centrão da cidade, e fui na banca do falecido Seu Manoel, português, lá na Stillus, porque lá tinha uma revista-pôster Somtrês especial, e comprei. Aprendi sobre The Police, Roxanne, Message in a Bottle e Gordon Sumner (sim, é o nome do meu violão) ....
No final daquele ano saiu a coletânea “
Every Breath You Take-The Singles”,discão de capona preta, foto da banda em P&B,encarte com as letras. Decorei tudo numa semana,e ganhei um dicionário de inglês. Pronto!Por causa disso falo, escrevo, leio e até resmungo naquela língua. Foi dele a primeira música que gravei pra ouvir minha voz horrível depois. Montei banda, li livros, aprendi a usar meu cérebro. Devo isso a ele, e me orgulho de ter sido influenciado pelo cara mais inteligente da música pop. Vai virar “Sir”, logo logo.Talvez não o tenha se tornado ainda por causa desse apelido ridículo. Mas já é Cavaleiro do Império Britânico.
Em 1987 saiu o disco que definiu tudo, o que estou ouvindo enquanto escrevo: “Nothing Like The Sun”. Show no Brasil num Maracanã com 200.000 pessoas, depois em 1988 de novo, no Pq.Antárctica, e eu, com 13 anos de idade, já fanático, não podia ir. A partir de 1994 , em compensação, comecei a vingança por ter perdido tudo isso: já vi 6 vezes. E aguardo as novas datas pra botar a mochila nas costas e,mais uma vez, prestigiar e agradecer meu professor de inglês pelo incentivo e capacitação que me deu em absorver cultura, seja ela cantada, escrita, desenhada, filmada . E eu já posso me orgulhar de ter visto um show do The Police.
See Ya Soon , ‘cuz now I’ll send a S.O.S. to the World .............
Kêco