sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Super-Herói ?









disco do dia:
U2 -Rattle and Hum


Vocês conhecem Paul David Hewson?
Dicas: ele foi o primeiro Punk de Dublin, entrou numa banda de rock achando que era um bom guitarrista, e só ficou porque foi convencido a ser o vocalista, pois era quem tinha mais carisma de todos. Se casou com a primeira namorada, dos tempos de colégio, e é,de longe, o maior astro da música mundial há décadas. Vocês provavelmente conhecem o Sr. Paul Hewson pelo apelido dele, que significa “Boa Voz”, em latim : BONO VOX.
Eu evito falar dele pra não cair no óbvio, porque todos o conhecem. Ele foi o letrista, junto com Sting, que mais me inspirou a começar a escrever minhas próprias músicas,no final dos anos 80.
O primeiro contato que tive com U2 foi em 1985, com o show "Live At Red Rocks", que tinha aquele clipe da "Sunday Bloody Sunday", mas foi na época do "Unforgettable Fire", com as músicas "Pride ( in the name of love)" e "Bad" que passei a gostar mais. Depois em 87 veio "Joshua Tree", com um clássico atrás do outro, e em 88 "Rattle and Hum", junto com o filme. Disco duplo pelo qual sou alucinado até hoje.Nessa época, meu amigo Valério era mais fanático do que eu: ele simplesmente TATUOU o Bono no braço esquerdo, e era com ele que eu compartilhava todos os shows, todas as revistas, todos os vídeos.
Vi o U2 duas vezes: em 1998 ( Popmart) e em 2005. Hoje estréia U23D , primeiro musical em 3D dos cinemas. É um documentário da turnê Vertigo, que eles fizeram pela América Latina, incluindo o 2º dia do show aqui no Brasil, que eu fui, na véspera do meu aniversário. Já estou com meu ingresso desde segunda-feira e saio daqui do trampo hoje e vou direto.
No fim do ano tem mais um disco novo pra rodar a exaustão na minha vitrola. Provavelmente mais letras bem escritas e cantadas com um feeling único e voz rouca falhando. Imperdível.
E me pergunto: qual será o próximo passo do Bono? Virar Super-Herói da Marvel?

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Eu fui no Show do Metallica em 1989










CD do dia : METALLICA
...And Justice For All


Todo mundo conhece Metallica. Encheu o saco na MTV depois do Black Album (1991),
Enter Sandman, Sad But True e essas coisinhas… virou febre com a molecada que começou a deixar o cabelo crescer por causa deles e do Guns n’Roses (que lixo) , e veio pro Brasil em 1993 tocar no Parque Antarctica .Eu fui nesse também, e posso dizer de boca cheia que foi RUIM ! E sabem porquê? Porque EU FUI EM 1989 !!!!!!!

Ginásio do Ibirapuera COMPLETAMENTE LOTADO,todo mundo espremido,e na arquibancada, com menos de 15 anos de idade, estávamos Eu, o Marco e o Edi, pra variar.A gente era tão pivete que os caras tomavam pinga na entrada e a gente rachando um pacote daquela porra daquelas pipocas doces ruim pra caralho,com gosto de isopor com açúcar.Mas íamos ver o Metallica.Até algodão doce servia....
A Luz apagou e começou Blackned .Putaquipariu!! Dor no pescoço de tanto bater a cabeça logo de cara. Sequência impecável de clássicos, o James Hetfield e suas “fucking beers”, e o Kirk de beiço inchado,doente e tocando a guitarra no dente. Tudo lá : Eye Of the Beholder, Fade To Black , Sanitarium (de chorar) , Master of Puppets. Não faltou nada. Quando os caras sairam do palco ao final da primeira parte,começou uma barulheira de helicóptero que durou uns 08 minutos,a ponto de todo mundo achar que iam rebocar a porra do teto daquele ginásio tosco de acústica horrível, que só aguenta aparelhagem do Zezé di Camargo e o do fofo Luciano. Eis que os primeiros acordes de ONE quase trouxeram o Ibira todo pro chão! Arregaço! Até então era a única música deles que tinha videoclipe que passava na Gazeta e que tem uma versão AMPUTADA e INACEITÁVEL que passa na MTV.E ainda trocaram de instrumentos pra tocar “Am I Evil?” e um tequinho de Run To The Hills , do Iron Maiden, com o Lars brincando de Bruce Dickinson, apoiando o pé no retorno.Showzaço !!!!!
Peguei bode deles por causa dessa versão do clipe que disse acima,e por causa de uma viagem que eu e o Tadeu fizemos com um pessoal de um colégio esquisito pra Campos do Jordão ( Caralho, a professora de inglês deles era fã da nossa banda e convidou a gente pra ir, até hoje não sei como fomos parar lá).Só sei que os tontos da viagem não paravam de ouvir uma fitinha com as músicas deles ,que me torravam o saco, porque eu sabia o que era aquilo desde os 12 anos, e vi q aquilo tava virando modinha .


O disco novo está pronto,e eu sinceramente espero que não seja igual aos 5 últimos,que, me perdoem os fanáticos, foi uma bosta atrás da outra. O que ouvi é que é uma volta às origens, e pelo pouco que ouvi o instrumental realmente me agradou.Aliás,vamos ser sinceros: hoje em dia não tá difícil gravar coisa que seja melhor que o que tem no rádio e na MTV,né? A música tá morrendo, e quem tá matando é o músico, infelizmente.
Enquanto isso, se eu quiser saber de Metallica,vou sempre voltar pra 07 de Outubro de 1989.
Dedico aos fanáticos Artur(primo), Ana, Coxinha, Tadeu, Paulão, Fluffy, e pro Kêco dos anos 80.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Carefree











CD do dia:
JUSTIN SULLIVAN - Navigating By The Stars


Talvez eu esteja apenas passando a limpo um caderno antigo. Mas aqui é um bom lugar pra publicar e me desfazer daqueles garranchos que são as originais.
Escrevi essa música em 1999 . A interpretação é livre. Entendam como quiser.


CAREFREE ( Despreocupado )

Gostaria de te fazer se sentir livre
Mas quem cuidaria de mim?
Palhaços tristes rastejam como nuvens

Posso te ajudar a se ajudar
Só pense um pouco em si própria
Queda livre não é nada de mais

Ontem virou piada
Solidão se aproximando
Não procure pelo que já passou

Posso te ajudar a me ajudar
Tudo aquilo está sempre de volta

Se você pudesse ver pelo que já passei....

Não mexa no que está perfeito
Me importo com nós 2 e isso significa liberdade
Não mexa no que está perfeito
Me importo com você
Não leve embora minha liberdade.


letras: Kêco
música:Furúnculo

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Bem Que Ela Podia...

CD do dia :
Sting - Ten Summoner's Tales









Ela não gosta de me ouvir cantando.
Ela não gosta de como eu me visto.
Ela não gosta do meu jantar.
Ela não gosta dos livros que leio.
Ela não vê os filmes que vejo.
Ela não dá nó na minha gravata.
Ela sequer aprecia as drogas que tomo.

Mas Ela é tão boa pra mim.

Ela gostaria que eu desse 100% de atenção a ela.
Mesmo que talvez eu seja disléxico e não saiba.
Ela me dá alertas sobre minha agenda o dia todo,
Mesmo sabendo que minha memória nunca falha.

Mas Ela é tão boa pra mim...

Será que ela ia gostar se eu mudasse o perfume?
Se eu não montasse uma banda de Heavy Metal com meu irmão?
Se eu não tivesse a barba sempre por fazer?
Talvez eu precisasse me destruir pra ser perfeito pra ela.
Talvez ela pudesse me preferir como sempre fui.
Ela podia até gostar dos meus discos.
Ela cura minha enxaqueca.
Ela é tão boa pra mim.


Homenagem à minha esposa, companheira, conselheira e chata de plantão!!!!! Love.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Descansa, Chef.

Vocês provavelmente o conhecem por causa do desenho animado South Park.
O Isaac Hayes foi o primeiro músico negro a ganhar um Oscar por melhor Trilha Sonora pelo filme SHAFT.
Ele compôs clássicos da Soul Music, atuou em filmes como Fuga de New York, e ficou famoso pela “Voz de Veludo”, “Voz de Travesseiro”, “Cantou, Comeu”, etc ...
Adoro South Park, os moleques são muito foda. Mas o melhor da série pra mim sempre foi o Chef, o cozinheiro tarado da escola que canta para os meninos músicas sobre sexo.
Ele era dublado por Isaac Hayes, falecido ontem, 11 de agosto, aos 65 anos. Como fã e colecionador de sua obra, não poderia deixar de saudá-lo aqui, neste humilde espaço, prestando meu tributo. E quero que ele saiba que sempre será citado como uma de minhas referências musicais eternas. E que estufo o peito de orgulho quando converso com alguém por telefone e escuto do outro lado da linha: “Você tem um vozeirão”. Me acho o Chef , o Black Moses, o Hayes, o Duque !
Descansa, Negão. Você merece. Um beijo e Vá em Paz, esteja onde estiver....

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

English Teacher

O The Police acabou de novo. E eu vi 2 shows: o do Maracanã, e fiz questão de agendar minhas férias em maio pra poder ver mais um lá fora,junto com a Ká. Chorei pra caralho na “Voices Inside My Head”, porque era a música que eu e o meu irmão dublávamos na sala quando éramos crianças. E na "Every Breath You Take", porque abaixo vocês saberão o motivo.Vou confessar, hoje não li notícias,não entrei no site deles...hoje sim, contrariando meu último texto publicado, sinto um pouco de vazio ...
Eu escrevi isso há algum tempo, e encostei. Parece que o momento é oportuno.Lá vai:


O McGiver era um cara que fazia bomba atômica com um grampo de cabelo com as mãos amarradas pra trás, na década de 80. Eu era alucinado pra fazer o mesmo, aos 11 anos de idade. Minha Mãe disse que ele parecia um cantor inglês de muito sucesso,que ela achava lindo.
Fui atrás pra descobrir,afinal,quem era esse loiro folgado que minha Mãe teve vontade de trair meu Pai com ele? Ia levar uns petelecos, porque eu era Metal e ninguém mexia com minha família.
Aí esse tal de Sting apareceu no Realce, programa de videoclipe da Tv Gazeta, cantando Every Breath You Take, com um baixo gigante ( jamais tinha visto aquilo ) , em preto e branco, triste pra caralho.A miséria se instalou em meu ser, tamanha tristeza naquela melodia, e eu nem sabia do que se tratava.
“Mãe, esse Sting é bom, heim? Compra o disco?”
“Pede pro seu Pai”. Consegui um dinheiro, mas não os discos. Fora de catálogo, sei lá. Na lojinha do Jabaquara tinha só o recém-lançado Bring On the Night, que não tinha aquela música. E eu não sabia o que era Galeria do Rock, nem mesmo o que era centrão da cidade, e fui na banca do falecido Seu Manoel, português, lá na Stillus, porque lá tinha uma revista-pôster Somtrês especial, e comprei. Aprendi sobre The Police, Roxanne, Message in a Bottle e Gordon Sumner (sim, é o nome do meu violão) ....
No final daquele ano saiu a coletânea “Every Breath You Take-The Singles”,discão de capona preta, foto da banda em P&B,encarte com as letras. Decorei tudo numa semana,e ganhei um dicionário de inglês. Pronto!Por causa disso falo, escrevo, leio e até resmungo naquela língua. Foi dele a primeira música que gravei pra ouvir minha voz horrível depois. Montei banda, li livros, aprendi a usar meu cérebro. Devo isso a ele, e me orgulho de ter sido influenciado pelo cara mais inteligente da música pop. Vai virar “Sir”, logo logo.Talvez não o tenha se tornado ainda por causa desse apelido ridículo. Mas já é Cavaleiro do Império Britânico.
Em 1987 saiu o disco que definiu tudo, o que estou ouvindo enquanto escrevo: “Nothing Like The Sun”. Show no Brasil num Maracanã com 200.000 pessoas, depois em 1988 de novo, no Pq.Antárctica, e eu, com 13 anos de idade, já fanático, não podia ir. A partir de 1994 , em compensação, comecei a vingança por ter perdido tudo isso: já vi 6 vezes. E aguardo as novas datas pra botar a mochila nas costas e,mais uma vez, prestigiar e agradecer meu professor de inglês pelo incentivo e capacitação que me deu em absorver cultura, seja ela cantada, escrita, desenhada, filmada . E eu já posso me orgulhar de ter visto um show do The Police.
See Ya Soon , ‘cuz now I’ll send a S.O.S. to the World .............

Kêco

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Madrugada:Hora de Criar

CD do dia:
FIONA APPLE - Tidal








Já é tarde da noite e eu não gosto de dormir cedo. Nunca durmo. Aguça a criatividade. Café esfriando. Sempre escrevi as músicas do Furúnculo de madrugada.
E enquanto toca sem parar Fiona Apple, minha mais nova paixão musical da semana, penso: pra mim é tão comum ir até uma loja de discos, garimpar os estoques e em uma compra por impulso mudar minha vida.... pode ser por uma semana, por um mês, por um ano, pro resto dela. Como é que pode na época em que ela apareceu, no meio dos anos 90, eu só a achei uma cantora gatinha sem prestar a devida atenção na sua música? Bom, era ano de raro Mr.Bungle (Disco Volante), e talvez seja esse o motivo.
O maior exemplo de como um disco executou esse impacto com perfeição no meu caso, é o John Zorn and Naked City, lançado em 1989. Nunca mais fui o mesmo. Depois desse disco, eu perdi completamente a compaixão por Emersons Nogueiras da vida. Quero mais é que músico blasé tenha cancro. Não gosto de barzinhos e/ou restaurantes com música ao vivo. Não vou mais. Me irrita. Quero compositores. A não ser que sejam aqueles tiozinhos da oitava idade que me lembrem o meu Avô Zico Marciano tocando música instrumental.
É lenda o que dizem de que a pessoa tem de estar angustiada, triste, sentindo um vazio imenso pra conseguir criar. Não é verdade. Mas também tem o outro lado: se estou feliz e me divertindo, porque vou sentar ao piano pra compor?
Músico que não cultiva uma boa coleção de discos, é a mesma coisa que o Dr.Hollywood não aprender as novas técnicas pra meter silicone nas gostosas e/ou madames de Beverly Hills, ou seja, desatualiza. Porque é onde se estuda, é de onde se tira influências, onde se recicla sons velhos pra transformá-los em novidade. “Music is the best”!
Não estou angustiado no momento, tampouco sentindo aquele vazio besta, mas me deu uma vontade de ir até a salona de casa e conversar com o Gordon, meu violão...
Compor é um desabafo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Coelho e as Tartarugas

CD do dia:
Fiona Apple -Extraordinary Machine










Que o mundo é cheio de picaretas todos já sabem. Alguns já foram citados no post “religioso” deste que vos escreve. Mas passei o final de semana todo pensando num queridinho da mídia MUNDIAL, que nada mais é que um passador de perna no intelecto alheio.
Ele conseguiu até virar nome de rua num país, que ultimamente tem se destacado por atos racistas, mas isso é uma outra história. Teve a biografia lançada recentemente (lerei em breve, imperdível),e é aclamado por líderes, artistas e qualquer outro que esteja com a mente liberada pra ser enganado.
Confesso que tentei. Comecei a ler um de seus livros há uns 13,14 anos, e parei na página 30. Talvez inconscientemente eu tenha me bloqueado para não absorver manifestos populares (porque, aqui no brasil da letra minúscula, se a rede Globo quer, o cidadão vai pra ABL). Mas não deu. Não me convenceu.
Na matéria de sábado, no jornal que recebo em casa, o grande destaque da matéria era a sua Marketeira Mônica, que conseguiu negociar o lançamento de suas “obras” numa caralhada de lugares, colocando-o em eventos multimídia, e vendendo a imagem de........MAGO.
Quando eu era mais novo, junto com o meu amigo Adriano Tadeu, prestamos muita atenção no irmão dele, bem mais velho que a gente, contando uma história de que o suposto MAGO dava entrevistas enrolado num manto que afirmava ter ganho do grande pensador “Bahba Rôhla & Nahna”, em suas viagens cósmicas, energizadas, místicas. Quando foi surpreendido pelo repórter ao ser questionado: “Mas e essa etiqueta da Pierre Cardin no xale?”
Sim,o homem é um mago de grife! Deve comprar Tapete Benzido pela própria Eliana Tranchesi na Daslu, incenso no AlémDaLenda do Shopping Cidade Jardim, e sandálias peregrinas pro caminho de Santiago de Compostela na Louis Viton.
Não é um fofo, este Paul Rabbit?