Arte tem Passaporte?

cd do dia: Mr.Bungle - Disco Volante

Ontem assisti o último bloco do Manhattan Connection, no GNT, e participava do programa o artista plástico/fotógrafo nascido no Brasil radicado em New York, Vik Muniz, que eu, particularmente, desconhecia .
Conversa informal, o Diogo Mainardi repetindo-se falando do Lula daqui, Luís Inácio dali ( também não gosto dele,Mainardi, e você tem seus motivos,creio, mas só falar dele enche o saco, vai pra porra.Você não é burro, deve ter repertório mais amplo).Enfim, até que veio a pergunta que me martelou e me levou pra esse post.
Um dos apresentadores questionou: “Quando falam de você aqui ( nos EUA), te chamam de artista brasileiro ou americano?” Tava na cara que a pergunta foi feita porque eles queriam saber do “status”do cara. Porque se ele for chamado em uma publicação de artista brasileiro, ele é um coitado que se deu bem, e se for chamado “artista radicado na América”, ele é fudidão.
Olha, vão tomar no epicentro anal, bando de pseudo-jornalistas radicados na América, que adoram falar do Presidente semi-analfabeto que teve o dedo mindinho decepado pra viver da aposentadoria por invalidez !
O tal Muniz foi educado ao responder. Eu já iria retrucar com a MINHA pergunta:
ARTE ou ARTISTA PRECISA TER NACIONALIDADE ?
Que me importa se o cara é da Nigéria, da Islândia,do Zimbábue,de Ipanema ou até mesmo da Estrada do M’Boi Mirim, na zona sul esquecida por Deus e governantes da cidade de São Paulo?
Isso me levou até o “closet de discos/cds” lá de casa, conforme disse um camarada meu esses dias, e puxei “Disco Volante" ( exposto nas fotos que tirei empunhando a capa da edição especial em vinil), do já citado aqui no passado MR.BUNGLE ( que a Camilla em Metamorfose ama odiar, porque é overdose de informação musical ejaculada aos litros no ouvido do coitado do ouvinte de uma vez só). Banda americana, como adorariam citar aqueles do começo do post, mas com canções que misturam (AO MESMO TEMPO) Ska, Rumba, Death-Metal, Jazz, Puro Barulho, Bossa-Nova, Tango, Trilha Sonora de Filme de Terror Pornográfico cantado em inglês, italiano, latim , idiomas inventados, ritmos africanos, Indianos, Húngaros e, de vez em quando, um rockinho épico pra descansar a cabeça.Recorri a esse cd porque talvez seja o mais, usando um termo popular, “estranho” lá na coleção, e que deixa muito claro que, mais importante que a “nacionalidade” do artista, é a origem do trabalho dele.

Falando em artista, meu grande amigo Weberson ( http://webersonsantiago.blogspot.com/ ) , puta desenhista já intimado a fazer a capa do disco de estréia do CARCULE, lançou seu projeto “Gazeta Cucaracha”, um jornal que deveria ganhar o mundo, pois é humor sem dó, sem média, sem hipocrisia. E assim como o Mr.Bungle, o Carcule e qualquer pessoa/grupo que não liga pra etnia, e sim para arte, indicado só para iniciados.